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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

CUIDADO COM A CABANA 2 

A HERESIA CONTINUA

“O leigo realmente acredita que ficará rico comprando um
livro de auto-ajuda financeira do tipo Fique rico sem sair de casa”
A Regra do Jogo, Rafael Paschoarelli - p.70

“Muitos cristãos, substituem as verdades da Bíblia por uma
mensagem confortante e inspiradora. Lêem biografias cristãs, romances e livros de autoajuda mais do que lêem as Escrituras. Isso é um erro”. Roger E. Olson


Esse suposto anjo, se trata na verdade do ser que Jung,
discípulo de Freud, afirmava conversar no jardim de sua casa e, segundo Jung, foi o responsável por grande parte de suas teorias psicanalíticas. Detalhe: Não havia ninguém sentado no banco com Jung. Só este o via.
O crente comum, com a mente pouco exercitada, acredita realmente estar comprando um simples livro de autoajuda quando leva “A Cabana” para casa.
Vamos ao livro:

CITAÇÃO:

“Isso seria bem o jeito de Deus. Não é à toa que ele é
chamado de O grande Intrometidop.14

REFUTAÇÃO: 

Deus não se entromete em nossas vidas. Ele nos convida a viver com Ele.

“...Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor...” Zc 4.6

“Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas...”      Is 55.1

"Eis que estou a porta e bato...se ouvires e abrires a porta"
Ap 3.20


Espírito Santo?

CITAÇÃO:

“Depois de rezar e se entregar ao Grande Espírito, ela
cumpriu a profecia sem hesitar...” p.31

“O Espírito das profundezas...
chama-se fêmea misteriosa”  Tao te kingp.126 

“O Grande Espírito não se importa que O chamem de Mãe Divina, Pai do Céu ou de A Grande Luz”. Web

REFUTAÇÃO:

O ESPÍRITO NAS ESCRITURAS É UM SER PESSOAL:

Criação: “Envias o teu Espírito, eles são criados...” Sl 104.30

Ensina: “Porque o Espírito Santo vos ensinará...” Lc 12.12; ainda Jo 14.26

Fala: “Então, disse o Espírito a Filipe:...” At 8.29; ainda        At 13.2

Intercede: “...mas o mesmo Espírito intercede por nós...”   Rm 8.26

Tristeza: Ef 4.30

CITAÇÃO:

“...As orações e os hinos dos domingos não serviam
mais...Mack estava farto de Deus e da religião, farto de todos
os...clubes sociais religiosos que não pareciam fazer nenhuma diferença expressiva nem provocar qualquer mudança real”. P. 59

REFUTAÇÃO: 

Justamente por não ter tido uma experiência de conversão real, é que se coloca a Igreja como clube. A Igreja é o corpo de Cristo na terra e só quem nasceu de novo faz parte dela.

“...Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus...Quem não
nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.3,5; Jo 15.3; Tt 3.5; 1ª Pe 1.23).


CITAÇÃO:

“...pela primeira vez ele notou as cicatrizes nos punhos da
negra...Nós estávamos lá, juntos”. p.86

“...Olhou para cima e notou novamente as cicatrizes nos pulsos dela”.p.92

REFUTAÇÃO:

Essa heresia, de que o Pai sofreu na cruz, segundo
Cipriano, foi denominada de Patripassionismo. Foi Cristo quem sofreu e morreu na cruz por nós (Is 53.1-12; Mt 27.33-44).

CITAÇÃO:

“...Minha vida não se destinava a tornar-se um exemplo a copiar” p.136

REFUTAÇÃO: 
Palavras ditas, na estória do livro, por "Jesus". Mas, veja o que diz a Bíblia Sagrada sobre o exemplo de nosso Senhor:
“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” 
(Paulo) 1ª Co 11.1

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” Ef 5.1

“...Andar assim como Ele andou” 1ª Jo 2.6

CITAÇÃO:

Jesus: “Nunca aproveitou sua natureza divina para fazer nada...Ele foi...primeiro a colocar minha vida dentro  dele,...acreditar no meu amor e na minha bondade..como 
ser humano dependente e limitadop.90


REFUTAÇÃO:

Como universalista, Paul Young, vê Jesus como um homem que foi animado pelo "cristo cósmico" da nova era e, não como Deus conosco. Longe de ser apenas um ser humano limitado, Jesus foi Deus entre nós (Is 9.6; Mt 28.18; Lc 10.19; Jo 1.1-3).

DEUS:

A Cabana apresenta um deus monista panteísta. “Deus, que é a base de todo o ser, mora Dentro, em volta e através de todas as coisas”P.102

Sarayu diz para Mackenzie: “...Estamos num círculo de relacionamento e não numa cadeia de comando”. P.111

“... o Conhecimento Eterno, pois este, excluindo... possibilidade de distinção, implica...uma identificação absoluta com o objeto ao qual se refere, perfazendo...uma única realidade...” Tao te king, p.26


REFUTAÇÃO: 

Em "A Cabana", a imanência  de Deus - Seu envolvimento com a criação -, é exacerbada em detrimento de Sua transcedência - Sua separação da obra criada. 

DEUS NAS ESCRITURAS É:

Espírito: “Deus é espírito; e importa...” Jo 4.24

Eterno: “O Deus eterno é a tua...” Dt 33.27

Todo-Poderoso: “Eu Sou o Deus Todo-poderoso...” Gn 17.1

Onisciente: “...pois sondas a mente e o coração, ó justo Deus” Sl 7.9

Onipresente: “Ainda que desçam ao mais profundo abismo, a minha mão os tirará de lá...” Am 9.2

Ele é um ser pessoal:

Pensamento:“Porque os meus pensamentos não...” Is 55.8

Sentimento: “...porque a alegria do Senhor...” Ne 8.10

Volição: “E a vontade de quem me enviou é...” Jo 6.39


A CABANA "NEGA O JUÍZO FINAL E O CASTIGO ETERNO"

CITAÇÃO:

“Não sou quem você pensa, Mackenzie. Não preciso castigar as pessoas pelos pecados...Meu objetivo não é castigar”. p. 109


REFUTAÇÃO: 

As Escrituras afirmam que Deus é amor, mas também justiça.

“Então, fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor, sobre Sodoma e Gomorra” Gn 19.24

“...A alma que pecar, essa morrerá”.  Ez 18.4

NEGA O CONCEITO DE AUTORIDADE:

CITAÇÃO:

Sarayu comenta: “A autoridade, como vocês geralmente pensam nela, é meramente a desculpa que o forte usa para fazer com que os outros se sujeitem ao que ele quer”. p.112

Dentro da visão de mundo monista, onde tudo e todosseres vivos e inanimados, são parte da divindadenão há hierarquia e nem autoridade. Essa perspectiva está por trás do Gnosticismo, Liberalismo teológico, Comunismo marxista e da Teologia da libertação.

O Estado, as leis e toda forma de organização são desqualificados como resultado da visão de mundo judaico-cristã hierarquizante e promotora de divisões sociais.


REFUTAÇÃO: 

A história mostra que povos desapareceram porque não estabeleceram limites para sua vida social, em especial a sexualidade. Ex: Gregos e Romanos. Sem valores e parâmetros bem estabelecidos, o homem se destrói. A vida em sociedade vira um caos.

AS ESCRITURAS SAGRADAS SÃO CLARAS AO DIZER QUE: 

“...porque não há autoridade que não proceda de Deus...”   Rm 13.1

“...que se sujeitem...às autoridades” Tt 3.1


O MAL:

A CABANA "NEGA A EXISTÊNCIA DO MAL".

CITAÇÃO:

“...o mal é uma palavra que usamos para descrever a ausência de Deus, assim como usamos a palavra escuridão para descrever a ausência de Luz...Tanto o mal quanto a escuridão só podem ser entendidos em relação à Luz e ao Bem. Eles não tem existência real” p.123,24

As Escrituras Sagradas MOSTRAM O MAL COMO ALGO
REAL. Por que se declararia que Jó se desviava de algo que não existe? Por que Salomão pediria discernimento para julgar entre o bem e o mal, se este último não fosse real?
O mal é real. Os homens são maus e pecadores,  tendo
inclinação mais forte para fazer o  mal do que  o  bem  (Êx
32.22; Dt 13.5; Sl 34.14; Rm 3.23).

“...e que se desviava do mal (Jó 1.1);

“...discirna entre o bem e o mal...” (1 Rs 3.9);

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal...”         (Is 5.20).

PROMOVE O ECUMENISMO

CITAÇÃO:

 “Eu sou o Melhor modo  que qualquer humano pode ter de se relacionar com Papai ou com Sarayu”  p. 101

“Quem disse alguma coisa sobre ser cristão? Eu não sou cristão...Os que me amam estão em todos os sistemas que existem. São budistas ou mórmons, batistas ou muçulmanos, democratas, republicanos e muitos que não votam nem fazem parte de qualquer instituição religiosa”.  Tenho seguidores que foram assassinos e muitos que eram hipócritas. Há banqueiros, jogadores, americanos e iraquianos, judeus e palestinos. Não tenho desejo de torná-los cristãos, mas quero me juntar a eles em seu processo  para se transformarem em filhos e filhas do Papai, em irmãos e irmãs, em meus amados”. p. 168,69

REFUTAÇÃO:

1º) Essas religiões citadas NÃO CREEM  que Jesus é Deus que se fez carne e habitou entre nós (Is 7.14; 9.6; Jo 1.1-3), logo, é IMPOSSÍVEL que todos os credos religiosos estejam certos ao mesmo tempo em que ensinam doutrinas diferentes sobre Deus.

2º) Não desejar que os ímpios se convertam de seus maus caminhos é negar a essência do evangelho de Cristo (Ez 3.7-16; 36.26; Mt 28.19,20; Mc 16.15-20; Jo 14.6; At  4.12; Ef 2.1-10). O Jesus bíblico jamais faria essa declaração.

3º) Jesus declarou que:

“Todos quantos vieram antes de Mim são ladrões e salteadores...Eu Sou o bom pastor...” Jo 10.8,11

“Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”.  Jo 7.38

“Eu Sou O Caminho, e A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim” Jo 14.6

4º) Nas Escrituras, a salvação eterna NÃO É UM

PROCESSO, ANTES, UM ATO SOBRENATURAL DE

DEUS, pelo qual Ele REGENERA todo aquele que se

converte ao Seu Filho Jesus como único e suficiente 

Salvador (Jo 3; 2ª Co 5.17,19).

Deusa Sophia

CITAÇÃO:

“Como foi o tempo que você passou com Sophia?...Sophia é uma personificação da sabedoria de Papai” p.158 


REFUTAÇÃO:
              
Na tradição gnóstica, Sophia é uma figura feminina, análoga à alma humana e simultaneamente um dos aspectos femininos de Deus. Mais especificamente, seria a divindade que dá à luz a todos os deuses, inclusive o Deus bíblico. Os povos
primitivos acreditavam que, assim como para haver o homem, era preciso uma mulher para o gerar, de modo análogo, para haver qualquer tipo de deus, deve haver uma deusa que lhe dê existência.

“Embora Ela nunca tenha ido embora, a Deusa está retornando para você...Ela traz uma Luz...traz presentes e tesouros...você pode vir a conhecer a Deusa e você pode conhecer Deus...pode vir a saber quem você é

entidade espiritual Lazaris


“A introdução de Sofia no culto “cristão” é, na verdade, como um título de um livro sugere, a “Restauração da Deusa ao Judaísmo e ao Cristianismo”.

"A Ameaça Pagã", Peter Jones  p.178,79


As Escrituras afirmam que Cristo é a sabedoria de Deus: 

“...eu estava com ele e era seu arquiteto,...” Pv 8.30

“...pregamos a Cristo, poder de Deus e Sabedoria de Deus...Cristo Jesus, Sabedoria, e justiça, e...”                  
1ª Co 1.24,30

A Cabana rejeita a Bíblia como suficiente para alma Humana. Encaminha as pessoas para um local solitário - A cabana -, onde terão uma “experiência” de suposta “revelação divina”, ou seja, coloca a experiência acima da revelação de Deus para nós em Sua palavra (Sl 1.1-6; 119.105; 2ª Tm 3.16,17; Hb 4.12).

Está escrito que “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”(Rm 15.4).

Ainda, Jesus declarou que devemos examinar as Escrituras porque elas tem a vida eterna e testificam Dele (Jo 5.39). 


VISÃO E COMUNICAÇÃO COM MORTOS

CITAÇÃO:

“O som parece ser dos meus filhos!...Ah, meu Deus! Missy!” p.152,53

Os dois (Mack e seu pai), trocaram palavras soluçantes de confissão e perdão”. P.200

Alcoolismo, violência doméstica, veneno rato. P. 10


REFUTAÇÃO:

O que a Bíblia ensina?

Comunicação com mortos é proibida:

“Quando entrares na terra...não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti...adivinhador...feiticeiro... necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos”. Dt 18.9-11

“Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos...não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?”       Is 8.19

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”. Hb 9.27

Só há 1 chance e não várias.

O homem está morto em seus pecados (Ef 2.1; Cl 2.13).

Todos estão embaixo do pecado (Rm 3.23).

Somos inclinados ao mal (Jr 13.23).

Nossas justiças são trapo face a Deus (Is 64.6).

Só o Sangue de Jesus purifica dos pecados (Is 53; Jo 3.16; 1ª Jo 1.7,9; 2.1,2; 4.10).

ELE HOJE TE CONVIDA: “VINDE A MIM, TODOS OS QUE
ESTAIS CANSADOS E SOBRECARREGADOS, E EU VOS
ALIVIAREI. TOMAI SOBRE VÓS O MEU JUGO E APRENDEI DE MIM, PORQUE SOU MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO; E ACHAREIS DESCANSO PARA VOSSA ALMA. PORQUE O MEU JUGO É SUAVE, E O MEU FARDO É LEVE”. 
Mateus 11.28-30

“Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundonão segundo Cristo
Colossenses 2.8



A VERDADE POR TRÁS DO HOMOSSEXUALISMO 3 


CONTINUAÇÃO



Os imperadores romanos eram homossexuais, e um deles em especial, César Augusto, era chamado de homem de todas as mulheres e mulher de todos os homens.  Suetônio, comenta sobre Tibério sendo mordido por meninos ao nadar, e o travestismo, incesto e cópula de Calígula e Nero com homens e meninos.  Em 342 d.C., Constantino e Constâncio decretaram a fogueira para quem fosse pego exercendo o papel passivo em relações homossexuais.  Já Justiniano, em 533, castigou toda e qualquer relação homossexual com a fogueira e castração.  Daí em diante, por influência do cristianismo, o homossexualismo não cessou, passou para clandestinidade. Tais indivíduos eram vistos estando à margem da lei.
                   Líderes cristãos como Clemente de Alexandria, Eusébio de Cesaréia, Ambrósio, Jerônimo, entre outros, aprovavam o sexo somente restrito ao casamento, e citavam as proibições de Levítico contra a prática homossexual.
                   Seitas gnósticas, e, em especial o maniqueísmo, mantiveram o homossexualismo como parte de seu culto.  No maniqueísmo, farinha e sêmem eram cozidos e comidos para que a substância divina fosse liberta.  Para eles a matéria era má, só o espírito era bom.
                   Em seu prosseguimento, o homossexualismo esteve presente entre os guerreiros celtas, fato atestado por gregos e romanos, entre tribos germânicas – francos, visigodos, vândalos, anglo-saxões, etc. Os deuses nórdicos obtinham conhecimento devido à ingestão de sêmem, segundo contos folclóricos.  No feudalismo, não é fácil identificar o que as sociedades rurais pensavam sobre homossexualismo, mas o “fio negro” que ligava todas as sociedades pagãs também estava entre eles, a saber: a adoração de falsos deuses somada a depravação sexual e injustiça social.  A moralidade sexual patrística foi fundamental até mil d.C., e se tornou a base de leis e teoria sexual de nosso tempo.
                   Enquanto isso, em outra religião monoteísta, o Islamismo, o homossexualismo era praticado, porém desaprovado pela tradição islâmica – Hadith.  O homossexualismo, adultério, fornicação, sexo extraconjugal eram todos vistos como pecado na Hadith.  Entretanto, práticas com meninos vestidos de mulher, eram peças obrigatórias no harém de homens ricos do Afeganistão até o século XIX.  Prager, sobre isso, citou um britânico, que disse: “Descobrimos por um soldado afegão que muitos homens neste país têm a mesma filosofia dos antigos gregos: mulher é só para ter filhos, homem é para ter prazer”[1]
                   Na Idade Média, abusos por parte de Roma e leis mais severas contra os hereges entraram em vigor como nunca antes.  Colin Spencer reconhece que os hereges favoreciam a prática homossexual, dando os bogomilos, maniqueus e cátaros, como exemplos.  Em Bolonha, crimes homossexuais deviam ser punidos com a fogueira. Siena estabelecia que o réu fosse pendurado pela genitália.  Leis que decretavam pena capital para homossexuais foram promulgadas em quase toda a Europa, porém, há poucos indícios de que tenham sido cumpridas.  Um grupo fiel a Roma, os cavaleiros templários, foram perseguidos por Filipe IV, acusados de heresia, idolatria e sodomia.  Na verdade, eram muitos ricos, e isso era precisamente o interesse de Filipe: suas terras, posses, valores e extinção.  Somente confessaram seus supostos crimes sob tortura na Inquisição.  Na segunda metade do século XIII, grandes movimentos populares ascenderam, como exemplo, a Irmandade do Espírito Livre, monges errantes que pediam esmolas e diziam que Deus estava em todas as pessoas, e que estas, podiam encontrá-Lo tanto na meditação quanto nos prazeres deste mundo.  Se Deus estava acessível pelo prazer, logo, nenhum ato sexual podia ser pecadoO fantasma gnóstico estava de volta.  Tais hereges eram odiados principalmente porque a sodomia era um vício presente no clero.
                   Um século mais tarde, por influência das autocracias da igreja e do Estado, que não admitiam a bissexualidade, a visão popular quanto à identidade sexual mudou.  Agora, qualquer prática sexual extraconjugal ou posições sexuais dentro do casamento que fugisse ao padrão da penetração vaginal tradicional, era obra do demônio.  A prostituição feminina e o bordel foram ignorados pela igreja e a bissexualidade só não foi extinta devido uma junção de fatores econômicos, de propriedade e ansiedade masculina sobre a validade da herança.  O homossexualismo nessa época é ligado à feitiçaria, além da heresia e demonismo.  Muitos pregadores associavam os desastres e doenças da época aos grandes pecados carnais – Exemplo: Peste Negra (Bubônica). Inocente III (Papa) promulgou a Bula, Summis desiderantes affectibus, onde dizia que os demônios íncubos e súcubos, tomavam forma de pessoas para ter relações sexuais violentas com seres humanos, ocasionando natimortos, esterilidade e impotência sexual.  Tomás de Aquino disse que os demônios súcubos seduziam os homens a fim de obter seu sêmem, depois, se tornavam íncubos e depositavam o sêmem nas mulheres.  Acreditava-se na época que as feiticeiras podiam fazer o pênis desaparecer.  O demonista Gilles de Rais, acentuou a ligação do homossexualismo com o satanismo ao seqüestrar, torturar e sacrificar cerca de cento e quarenta crianças para suas invocações ao diabo.
                   Bem mais a frente, já na época dos reformadores, o catolicismo foi contraditado em sua moralidade, teologia e ordem eclesiástica. O celibato obrigatório dos padres, acreditavam os reformadores, era o maldito estopim que gerava a homossexualidade presente em quase todo clero romano.  Homens como Lutero, Zwínglio, Calvino, etc, transformaram a mente e, por conseqüência, o modus viventi dos homens de sua época.  Houve uma renovação dos valores da família, do casamento e demais ideais cristãos, ocasionando, um descrédito cada vez maior do homossexualismo.  O sexo extraconjugal, segundo Lutero, era destrutivo para alma, corpo, família, fortuna e honra das pessoas.  Dessa época, Colin Spencer comenta: “No século XVI, em Estrasburgo, os homens eram afogados por causa do crime de bigamia, decapitados ou queimados pelo incesto e mandados ao pelourinho pelo de sodomia”[2]
                   Na Inglaterra, a moral puritana provocou o fechamento de bordéis, casas de jogos, tavernas e até teatros.  Houve pena de morte para sodomitas e adúlteros e prisão para fornicadores.  Calvinistas, congregacionais, presbiterianos e quacres, estavam entre aqueles que provocaram uma revolução moral, intelectual e social naqueles dias.  Em 1655, em New Haven, surge à menção legal de lesbianismo como um crime, sendo citada a carta paulina aos romanos, 1.26, como base para tal.  A forca era usada muitas vezes, “Nas colônias protestantes dos EUA, no século XVII, a sociedade era tão puritana que esse era o destino de quem cometesse “atos indecentes”.[3]
                   Com a restauração da corte de Carlos II, a libertinagem aristocrática voltou a aparecer. Um jovem de vinte e quatro anos de idade, Charles Sedley, ficou completamente nu, durante o dia, em uma taverna, fazendo todas as poses imagináveis ou não, num espetáculo exibicionista, tendo ainda proferido palavras insolentes contra as Escrituras. O resultado: aos poucos sumiu o espanto e culpabilidade sobre a “identidade” sexual.  Na corte de Carlos II, se encenou o drama de Rochester, Sodoma ou a Quintessência da Perversão, onde o rei de Sodoma vaticina que a pederastia seja um hábito normal por todo o globo terrestre, de maneira a não ocorrer um abuso das genitálias femininas.
                   Por volta de 1700, homens casados e trabalhadores de classe média freqüentavam clubes e tavernas, onde se travestiam de mulher e mantinham relações com outros homens bissexuais.  Tais locais eram chamados Molly House – Casa de Veados.
                   Discorrendo sobre o sexo e capitalismo, Colin Spencer mostra a classe média redefinindo o papel sexual e família, onde os homens voltaram-se para seus negócios e suas esposas em casa ficaram, como símbolo do poder e posição de seus maridos.  Houve aumento do consumismo, que segundo Spencer, rejeitou e obscureceu o homossexual.[4]
                   Ainda assim, o travestismo e bissexualismo permanecem nas classes altas inglesas, na aristocracia francesa, e realmente, nunca cessaram. Com o advento do Iluminismo, ou era da razão,  tudo e todos passaram a ser questionados. Novas idéias surgiram sobre o mundo, a realidade, o homem, a verdade, etc. A maneira tradicional de se interpretar o texto bíblico foi atacada como nunca antes. David Hume afirmou ser a atração sexual o princípio fundamental da sociedade. A pornografia romanceada passou a ter maior popularidade, porém, a relação homossexual ainda era vista como nojenta por muitos. Nesse contexto, surgiu um filósofo hedonista, Jeremy Bentham (1748-1832), que dizia ser o máximo de felicidade para a maior quantidade de pessoas, o objetivo de toda lei. Para ele, nenhuma expressão de amor, incluindo a sodomia, deveria ser tida por antinatural. Muitos desses homens “doutos” começaram a incitar e promover o retorno da arte grega clássica, numa tentativa de relacionar a arte, o belo, o bom gosto, com a apreciação do mesmo sexo. Numa clara contradição da premissa de que a tolerância a todas as expressões de amor é típica de sociedades evoluídas, Spencer afirma que o Iluminismo em nada ajudou a causa homossexual, tendo antes, provocado um aumento do preconceito para com esse tipo de “amor”. Será que a maior parte daqueles homens inteligentes da época e outros que surgiram, cujos ensinos vigoram em nossas universidades atuais, estavam errados em repudiar tal prática?
Um pouco mais a frente, 1833, vemos a Áustria, Toscana, Prússia e URSS, abolirem a pena de morte para o crime de sodomia. Na Inglaterra, houve aumento da perseguição aos sodomitas com duzentas execuções num período de vinte anos. Nessa época, muitos sodomitas foram pegos, julgados, porém, absolvidos, devido serem homens proeminentes na sociedade. O comportamento lascivo, homo erótico, era tolerado, posto de lado, devido a importância que tais indivíduos tinham para o âmbito cultural e científico da sociedade. Ao mesmo tempo em que a sociedade repugnava aquela prática tida como asquerosa, reconhecia a importância que tais intelectuais tinham para o mundo da época.
                   Um fato que marcou a época, foi o surgimento de explicações médicas para a masturbação, sodomia, etc. O Dr. N. Emmous Paine, afirmou que a prática da masturbação leva ao vício, loucura e ao suicídio. Um neurologista, George Beard, escreveu que aqueles que se masturbam freqüentemente, tanto homens quanto mulheres, não dão valor ao sexo oposto, sentem medo deles e se aterrorizam em pensar em ter relações sexuais. O húngaro, Karoly M. Benkert, em 1869, foi o médico que utilizou pela primeira vez o termo homossexual. Benkert dizia que alguns indivíduos, ao nascerem, tinham uma tendência homo erótica que os faziam dependentes e psicologicamente incapazes ao crescerem.



[2] SPENCER, Colin. Homossexualidade: Uma História, p. 163
[3] Revista Superinteressante. Dez/2004, p. 36
[4] É impressionante que o consumismo continua atualmente movendo a massa populacional; com diferença que não tem mais esse poder negativo sobre os gays. Devido à avareza, governos, empresas, etc; são politicamente “amigos” dos homossexuais, dando-lhes aval e liberdade cada vez maior para impor sua visão.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


UM DILEMA PÓS-MODERNO


“O lugar mais perigoso do mundo é um ventre” Cardeal Sin, das Filipinas 1

“O fato de que o aborto e o infanticídio resultam na destruição de seres humanos inocentes não pode, em si, ser razão por encará-los como sendo errados” Michael Tooley 2

“O ambiente cultural para um holocausto humano está presente sempre que qualquer sociedade é desencaminhada a definir indivíduos como menos que humanos e, portanto, destituídos de valor e respeito” William Brennan 3

“Os mentalmente defeituosos não tem direito à vida, podendo, portanto, ser mortos para servir de alimento – se nós viéssemos a desenvolver um gosto pela carne humana – ou para o fim de experimentação científica” Peter Singer 4





Tais declarações, longe de serem ignoradas, precisam ser motivo de reflexão urgente do povo brasileiro e de todos aqueles que se dizem “seres humanos”. Como veremos, nas próximas edições, o aborto é muito antigo na história humana e tem implicações científicas e teológicas, além de conseqüências danosas parciais ou permanentes para a mulher. Junto com a problemática do aborto caminha outra questão seríssima: o infanticídio. Então vejamos:

A HISTÓRIA


No mundo antigo, era comum se sacrificar crianças. Próximo a templos pagãos, arqueólogos encontraram cemitérios só de bebês sacrificados. Os cananeus tinham tal prática como parte da adoração de seus deuses. 
“...os profetas de Baal e de Astarote eram assassinos oficiais de criancinhas”5.  Fragmentos de documentos antigos nos revelam que a prática do aborto é tão antiga quanto a capacidade humana de decisão. Técnicas anticoncepcionais podem ser identificadas em papiros egípcios de 1850 a 155 a.C., em que se prescrevem combinações de ervas, mel, água e outros elementos , com o fim de se evitar a concepção. Algumas afirmações deixam entender que ocorria o aborto quando os métodos falhavam. Um dos antigos documentos escritos a que temos acesso é o Código de Hamurabi de 1700 a.C., que menciona o aborto como uma realidade e o tipifica como um crime contra os interesses do pai e marido e também como lesão contra a mulher. Em Roma e na Grécia, era perigoso conceber filhos, uma vez que, caso fossem fracos ou indesejados, seriam deixados na floresta para serem devorados por animais ou nas encostas das montanhas para que morressem de fome. O imperador cristão Justiniano, no séc. VI, no que ficou conhecido como “O Código de Justiniano”, declarou o aborto e infanticídio ilegais: “Quem abandonar crianças, esperando que elas morram, e quem usar as poções dos aborteiros estarão sujeitos à penalidade prevista pela lei...por assassinato”6. George Grant afirma que no séc. VII o Concílio de Vaison reuniu-se para “reiterar e expandir o mandado pró-vida, encorajando os fiéis a cuidarem dos indesejados e a assistirem aos necessitados”7. Naquela época, a igreja reiterou seu compromisso com a adoção como alternativa para o aborto. No séc. XVI, ao chegarem no Japão, os portugueses ficaram muito impressionados com a facilidade e frequência com que as japonesas matavam os seus filhos recém-nascidos.
         Um relatório de 1861 diz que: “A única doutrina que parece estar de acordo com a razão e a fisiologia é aquela que coloca o início da vida no momento da concepção... o aborto é uma destruição massiva de crianças por nascer”8.
  No diário da Assembléia da República Portuguesa, de 20 fev/97, num breve esboço sobre aborto, é dito que muitos gregos aceitavam o aborto, mas se esquece de contar que Aristóteles e Platão aceitavam também o infanticídio. No mesmo texto, deixam de referir sobre Hipócrates e seu juramento, que proíbe explicitamente o aborto: “Eu seguirei o método de tratamento que ... considero benéfico para os meus pacientes, e ... não prescreverei qualquer medicamento mortal... não darei à mulher um contraceptivo para que aborte”9.  Já em 1948, a Declaração de Genebra, incluiu a promessa: “Manterei o maior respeito pela vida humana desde sua concepção”10. No mesmo ano, houve a liberação da legislação do aborto no Japão, acarretando cerca de 5 milhões de abortos nos oito anos seguintes. Em 1972, esse número chegou a 1 milhão e meio. Na Inglaterra, o aborto era ilegal até o Ato da Vida (Preservação) do Menor, de 1929, estabelecendo que ato algum fosse punido quando praticado com intenção única de salvar a mãe.

Após 1967, com o Ato do Aborto de David Steel, só houve aumento da prática: 1966 ►6.100 abortos; 1968 ►24.000; 1973 ►167.000; e 1983 ►mais de 2 milhões de crianças indefesas já tinham sido abortadas. Nos Estados Unidos, em 1970 uma grávida texana (Jane Roe), levou à Suprema Corte Henry Wade, procurador distrital de Dallas. Em janeiro de 1973, a Suprema Corte declarou a lei antiaborto do Texas inconstitucional, por 07 votos contra 02. Em 1969, o número de abortos era menor que 20 mil. Em 1975, ou seja, dois anos após a decisão, já ultrapassava mais de 1 milhão, chegando em 1980 a mais de 1 milhão e meio. O que muitos não sabem, é que dois anos antes (1971), um grupo de 220 conceituados médicos, cientistas e professores entregou um breve amicus curiae (Conselho a uma Corte a cerca de uma questão legal) à Suprema Corte. Nesse documento, mostraram à Corte que a vida humana é um processo contínuo e que a criança por nascer, do momento da concepção em diante, é uma pessoa e precisa ser considerada como pessoa, assim como sua mãe.
          Na Alemanha, Hitler, que era contra o aborto entre as mulheres da raça ariana, o incitava nos territórios conquistados. Sublinhou que: “face a existência de famílias numerosas na população nativa, é para nós muito vantajoso que as raparigas e mulheres façam o maior número de abortos possível” e, ameaçou fuzilar “o idiota que quisesse introduzir legislação proibitiva do aborto nos territórios ocupados de leste”11. O primeiro País do mundo a liberalizar o aborto foi a União Soviética de Vladimir Lenine, em 1920. Apresentado como o grande bem da história da humanidade, o aborto foi, portanto, pela primeira vez legalizado graças a estas duas grandes “figuras modernas”, verdadeiros símbolos do “progresso e da justiça”: Hitler e Lenine. Desde então, esta “conquista do povo” foi ganhando lugar nas legislações de outros países, através principalmente de mentiras, falsificações e manipulações. Na África do Sul, onde o aborto é legal desde 1996, existem cerca de 23 clínicas próprias para essa prática. Após a entrada da lei em vigor, o número de abortos cresceu, segundo dados do governo. A maior diferença foi na província de Gauten, onde fica Jonhanesburgo. Em 1996, o número de abortos foi de 13.505. Em 2004, segundo as estatísticas do governo, chegou a 36.845, um crescimento de mais de 200%. Infelizmente, “Toda sociedade que tolera e legisla para si tais coisas, deixou de ser civilizada. A reverência pela vida humana é uma característica indispensável a uma sociedade humana e civilizada”12.


O QUE DIZ A CIÊNCIA?

      Editores do Jornal científico Califórnia Medicine, salientaram o “evitar curioso do fato científico, que todos, na verdade, conhecem, que a vida começa na concepção e é contínua, quer intra ou extra-uterina, até a morte”13.  Apesar de passados muitos anos pós-revolução do aborto, que politizou a opinião científica, os textos médicos, em sua maioria esmagadora, são unânimes em afirmar o início da vida humana na concepção. A profª Micheline Mattheus Roth, da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, afirma que: “Na Biologia e na Medicina, é fato aceito que a vida de um organismo individual reproduzida por meio de reprodução sexual tem início na concepção...”14. O Dr. Watson A. Bowes Jr., da Escola de Medicina da Universidade do Colorado, disse que “o princípio de uma vida humana individual é, do ponto de vista biológico, uma questão simples e objetiva – o princípio é a concepção. Esse simples fato biológico não devia ser distorcido para servir a propósitos sociológicos, políticos ou econômicos”15. O Dr. Lejeune, geneticista, profº de Genética Fundamental na Universidade Descartes, em Paris, declarou que: “A natureza humana do ser humano a partir da concepção até a idade avançada não é uma mera disputa metafísica; trata-se de inequívoca evidência experimental”16. O Profº Roth, de Harvard, enfatizou: “... É cientificamente correto dizer-se que uma vida humana individual começa na concepção, quando óvulo e espermatozóide se unem para formar o zigoto...”17. A Embriologia, a Medicina Fetal, a Genética, a Perineonatalogia e toda a Biologia, todos, concordam que a vida humana tem início na concepção, logo, matar um embrião através do aborto, equivale a assassinar uma vida. Mas, e quanto ao argumento de que o feto é meramente extensão do corpo da mãe? Bem, isso não é verdade, pelas razões que se seguem: Biologicamente, é sabido que na gestação, mãe e filho, são 2 corpos diferentes. O tipo sanguíneo muitas vezes é diferente; se a mãe carrega um menino, também mostra-se ser diferente da mãe; há ainda o fato de que o corpo da mãe reconheceria o embrião como “corpo estranho”, não fosse pela proteção da placenta. O próprio zigoto ordena a formação da placenta apões 72 h de fusão visando sua auto-preservação. O Profº pesquisador, conhecido como o “Pai da Medicina Fetal”, A.W. Liley, disse que: “O feto não é um vegetal passivo, dependente, desnervado e frágil, ... mas um ser humano jovem, dinâmico, plástico, elástico, e, em grande medida, a cargo de seu próprio meio-ambiente e destino...”18. Em outras palavras, é o feto quem provoca alterações no corpo da mãe e desvia os nutrientes desta para si. É também o feto quem decide quando terá início o trabalho de parto. Mas, e o slogan feminista: “Toda mulher tem o direito de controlar seu próprio corpo”? Vejamos: Cerca de metade dos abortos são de bebês do sexo feminino, logo, o slogan não vale para essas “mulheres” que não tiveram nem mesmo o direito de nascer, e, muito menos de controlarem seus corpos. Quanto ao “tem o direito”, ora, legalmente, não podemos fazer tudo que querermos com nosso corpo, tanto que, quando alguém está tentando suicídio publicamente, o Estado intervém. Devido a correlação da vida humana, muitos direitos individuais são restringidos para o bem da sociedade. Com respeito ao “para controlar”, isto implica em responsabilidade pessoal. E, infelizmente, grande parte das gestações é fruto de ações irresponsáveis e estilo de vida promíscuo. Assim, o aborto está sendo usado, em grande parte dos casos como um meio de se acobertar uma postura de vida imoral, irresponsabilidade no controle da natalidade e fuga da tarefa de ter que cuidar de filhos. Certo, mas, e o argumento de que um embrião é apenas uma pessoa “em potencial” e não real? Bem, os defensores desta visão usam analogias como a do carro, que só será assim considerado quando todos os componentes estiverem juntos. Estes, não podem em si mesmos ser chamados de “carro”. Donald Mackay, diretor de Pesquisa de Comunicação e Neurociência da Universidade de Keele, diz que antes que o feto possa corretamente ser considerado uma “agência pessoal consciente”, há certos requisitos de processamento de informação necessários à auto-supervisão humana “... a capacidade de manter pessoalidade consciente é uma propriedade sistêmica do sistema nervoso central”19. Paul Ramsey, disse que:”O indivíduo humano vem a existir como uma partícula de minuto de informação...Seu subsequente desenvolvimento pré-natal e pós-natal pode ser descrito como um processo de se tornar  o que já é desde o momento de sua concepção” 20(Grifo nosso). 


     
A VISÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA

          Segundo o Salmo 139, o amor constante de Deus por nós é a razão do senso de continuidade de nosso ser. Assim se expressa o texto Sagrado: ”Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe... os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles havia ainda”21 (Sl 139.13,16). 
Donald Mackay nega pessoalidade ao feto devido à ausência de cérebro inicial para sustentar auto-supervisão e relações conscientes. Mas, e se a relação vital que doa pessoalidade ao embrião for o amor comprometido e consciente de Deus com o feto, em vez do feto com Deus? Tal relação unilateral é vista nos pais que amam os filhos, cuidam e os protegem, muito antes que tenham capacidade de corresponder. Iniciativa unilateral é que faz a graça divina ser graça. É a graça de Deus que une o real e o potencial, o já e o ainda não. A Declaração dos Direitos da Criança das Nações Unidas, diz que as crianças devem ter proteção legal, antes e depois do nascimento pois elas não têm voz para clamar por sua própria causa e são as mais indefesas para protegerem sua vida. É responsabilidade nossa fazer por elas o que não podem fazer: impedir que sejam assassinadas. Lord Ramsey, ex-arcebispo de Canterbury disse que: “Temos que declarar como normativa a inviolabilidade geral do feto...o feto humano deve ser reverenciado como o embrião de uma vida capaz de vir a refletir a glória de Deus...”22. O profeta Jeremias, ainda criança, ouviu de Deus, que Este o conhecia, e o constituiu profeta, antes que houvesse nascido, ou seja, ainda no ventre de sua mãe (Jr 1.5).
         Por que, então, tanta confusão acerca do feto ser ou não uma pessoa? Isso ocorre devido haver uma mistura nos significados de personalidade e pessoa. Personalidade e ser não são o mesmo. “Personalidade é um conceito psicológico; ser (ou pessoa) é uma categoria ontológica [propriedade e conhecimento de ser]. Personalidade é uma propriedade, mas o ser é a substância do ser humano. Personalidades são formadas pelo que cerca a pessoa, mas o ser é criado por Deus. Assim sendo, a personalidade se desenvolve gradativamente, mas o ser ocorre instantaneamente na concepção23(Grifo nosso). Por conseguinte, o ser não depende do tubo neural que surge nas 1ª semanas, uma vez que, o novo ser já é, ainda que só o saiba mais tarde. A diferença de nós para ele é apenas na nutrição e maturação. Tudo que somos hoje, só somos, porque “tudo” já estava lá – na concepção. Os antigos já tinham noção de que ali estava uma vida e que era errado interrompê-la. Por isso, o aborto é proibido, é visto como homicídio doloso desde os primórdios, tanto pelos governos, quanto por Deus. Em Êxodo 21.22,23, as Sagradas Escrituras dizem que “se homens brigarem e ferirem uma mulher grávida,e ela der à luz prematuramente, não havendo, porém, nenhum dano sério, o ofensor pagará a indenização que o marido daquela mulher exigir, conforme a determinação dos juízes. Mas, se houver danos graves, a pena será vida por vida”24(Grifo nosso). 
Embora, alguns intérpretes afirmem que o texto coloca a vida da mãe como mais importante que o feto, não é isso que vemos se analisarmos os versículos com atenção e honestidade. 1º) Der à luz prematuramente – não é dito que nasceu uma criança morta ou não. Para os hebreus a vida começava no nascimento e caso o embrião/feto fosse de poucas semanas, era observado, e, vindo a morrer, o agressor pagaria coma a própria vida, assim como, caso houvesse dano de morte para a mãe. Essa era a chamada Lei de Talião, presente também no Código de Hamurabi e nas leis assírias,e, previa um castigo sempre igual ao dano causado, visando coibir os excessos da vingança. Charles C. Ryrie, em sua Bíblia de Estudo Anotada Expandida, corrobora tal visão: E forem causa de que aborte. Ou melhor, “seu fruto venha para fora” (vivo ou morto). Neste caso era imposta apenas uma multa. Caso o bebê morresse, aplicava-se a Lei da Retaliação”25(Grifo nosso). Abominamos a tradução feita pela SBB – Nova Tradução  na Linguagem  de Hoje (NTLH), onde o texto fala de indenização financeira pelo feto e Lei de Talião caso a mãe morra, dando a entender que a vida desta vale mais do que a daquele. Os danos graves, poderiam ocorrer com a mãe ou com seu filho, em ambos os casos, seria pago vida por vida. André Chouraqui, poeta, ensaísta e tradutor judeu, deixa a questão mais clara ainda em seus escritos: “Se, ao brigarem, homens ferem uma mulher grávida e os filhos saiam sem que seja uma catástrofe, ele será punido como o senhor da mulher reivindicar dele: dará segundo a decisão dos jurados. Se for uma catástrofe... dá ser por ser”26. Podemos encontrar ainda, além da Bíblia, outros textos religiosos que proíbem o aborto. Um exemplo é o Didaquê dos 12 Apóstolos, documento apócrifo do séc. I d.C., que diz: “E o segundo mandamento do Ensino: não cometerás homicídio, não cometerás adultério, não cometerás pederastia, não cometerás fornicação,...não matarás uma criança por aborto, nem matarás a que nasce...”27 Didaquê Cap. 2. Ambos, infanticídio e aborto, são vistos pelos cristãos primitivos como desobediência ao mandamento “Não matarás”, portanto, uma vez que, Deus não mudou(Hb 13.8), não devemos e nem podemos justificar o aborto e o infanticídio no Brasil com desculpas de evolução dos tempos ou respeito as culturas. Barbarismo é crueldade em qualquer época e lugar.


AS SEQUELAS DO ABORTO PARA 

MULHER

          O exposto nas linhas acima deixa explícito que o aborto constitui assassinato de um ser humano indefeso. Mas, caso ele ocorra, seja legalizado ou não, em boas condições de assistência ou não, quais danos podem ocorrer para a saúde da mulher? Após um exame minucioso da literatura médica mundial sobre o aborto, o Dr. Thomas W. Hilgers, concluiu que: “Os riscos médicos de um aborto legalmente induzido são bastante significativos e deveriam ser conscienciosamente pesados”28(Grifo nosso). Segue-se uma lista breve de possíveis danos físicos e psíquicos decorrentes do aborto: morte, perfuração do útero, sangramentos que requerem transfusões, ruptura do colo do útero, acidentes ligados à anestesia – convulsões, choques, parada cardíaca - , doença inflamatória pélvica e possível infertilidade, cirurgia não intencionada – laparotomia, histerotomia e histerectomia -, perfuração da vesícula, perfuração do intestino, retenção de restos ovulares, anemia, peritonite, gravidez tubária, embolia pulmonar, tromboflebite venosa, depressão, psicose e suicídio. O obstetra-psiquiatra, Dr. Julius Fogel, abortista, admitiu que: “...toda mulher...tem um trauma se destruiu uma gravidez...ela está se auto-destruindo...algo acontece nos níveis mais profundos da consciência de uma mulher quando ela destrói uma gravidez. Sei disso como psiquiatra”29 Um estudo europeu detectou aspectos negativos que se seguiram aos abortos legais, de 55%, em um nº de mulheres examinadas por psiquiatras. Outro estudo detalhado sobre as sequelas pós-aborto, mostrou que: “Ansiedade...é sentida de forma bem aguda, foi encontrada em 43,1%...Depressão...com força moderada...em 39,1% das mulheres...26,4% se sentiram culpadas...[e] 18,1% não sentiram qualquer alívio ou apenas um pouco”.30(Grifo nosso) Outros estudos, mostram que, mulheres que fazem aborto são 9 vezes mais propensas ao suicídio que o resto da população. Nos E.U.A., desde início dos anos 70 – quando o aborto foi legalizado -, houve um aumento crescente nos índices de suicídio de adolescentes, chegando a 500% entre 1978 e 1981.



CONCLUSÃO

         Seja legal ou clandestino, em boas ou más condições de assepsia, o aborto não é a melhor opção para uma gestação indesejada – ainda que resultante de estupro ou no caso de uma criança anencéfala. A criança não desejada, que é inocente, pode ser entregue para adoção. A portadora de anencefalia, deve ter sua vida mantida enquanto houver recursos para isto. Sua morte deve ser natural e não provocada com desculpa de que os recursos poderiam ser usados em prol de alguém que fosse “normal”.  A mulher violentada deve ser assistida física, psicológica e espiritualmente. Devemos sempre ficar do lado da vida – da mãe e do feto -, nunca de um em detrimento do outro, pois Deus não faz acepção de pessoas, Ele ama a todos (Jo 3.16). Podemos medir o grau de civilidade de uma sociedade pelo acúmulo de esforços e vigilância que impõe sobre si mesma, por puro respeito à vida. Maurice Baring sempre contava a história de um médico que perguntou a outro: “Quero ouvir sua opinião sobre o término de uma gravidez. O pai era sifilítico e a mãe tuberculosa. Dos quatro filhos nascidos, o primeiro era cego, o segundo morreu, o terceiro surdo-mudo e o quarto também tuberculoso. O que teria feito? R: Eu teria posto fim a gravidez. Bem, então você teria matado Beethoven31(Grifo nosso).

Notas:
1.   John Warwick Montgomery, “The Rights of the Unborn Children”, The Simon Green Leaf Law Review, vol. 5 (1985-86), p.25
2.   Michael Tooley, Abortion and Infanticide (Oxford: Calendon Press, 1983), p. 419
3.   Willian Brenan, Medical Holocausts: Exterminative Medicine in Nazi Germany and Contemporary America (Boston, MA: Nordland Pub. International, Inc., 1980), Vol. 1, p. 98.
4.   Peter Singer, como citado por Martin Maywer em Fundamentalist Journal, junho de 1988.
5.   D. James Kennedy com Jerry Newcombe, “E se Jesus não Tivesse Nascido?”, Ed. Vida, p.24
6.   IDEM, p. 28
7.   IDEM, p.28
8.   WEB
9.   Grandes Questões sobre Sexo – John Stott, Ed. Vinde, p. 114
10.                IDEM, p. 115
11.                WEB
12.                Grandes Questões sobre Sexo – John Stott, Ed. Vinde, p. 118
13.                Os Fatos sobre o Aborto, Chamada da Meia-Noite, p. 12
14.                IDEM, p. 13
15.                IDEM, p. 14
16.                IDEM, p. 15
17.                IDEM, p. 16
18.                IDEM, p. 20,21
19.                Grandes Questões sobre Sexo – John Stott, Ed. Vinde, p. 137
20.               IDEM, p. 139
21.                Bíblia de Estudo Anotada expandida, São Paulo - Mundo Cristão, 2006, p. 599
22.                Grandes Questões sobre Sexo – John Stott, Ed. Vinde, p. 141
23.                Os Fatos sobre o Aborto, Chamada da Meia-Noite, p. 26
24.                Bíblia de Estudo NVI, São Paulo - Ed. Vida, 2003, p. 127
25.                Bíblia de Estudo Anotada expandida, São Paulo - Mundo Cristão, 2006, p. 81
26.                A Bíblia, Nomes – André Chouraqui, Imago – p. 263
27.                Apócrifos e pseudo-epígrafos da Bíblia, Fonte Editorial, 2005 – p. 778
28.                Os Fatos sobre o Aborto, Chamada da Meia-Noite, p. 42
29.                Os Fatos sobre o Aborto, Chamada da Meia-Noite, p. 47
30.                Os Fatos sobre o Aborto, Chamada da Meia-Noite, p. 48
31.                Grandes Questões sobre Sexo – John Stott, Ed. Vinde, p. 148