PSICOLOGIA EM PELE DE CORDEIRO
Uma breve reflexão sobre filosofia humanista e pagã
Chegou, em minhas mãos, Deus agiu nisso, certamente, uma
apostila de Escola Bíblica Dominical de uma Igreja evangélica. Apostila
essa que se propõe “SURPREEENDER” seus leitores. Claro, afirma que Deus fará
isso através do material ali disponibilizado. Lendo o material, apresentado por
uma “missionária”, encontrei algumas contradições com o ensino da Bíblia
Sagrada. Tais contradições tem haver com a relação da Bíblia com a Psicologia,
relação essa que venho examinando a cerca de 3 anos contínuos. O que tenho
descoberto é surpreendente, mas ficará para uma apostila que irei preparar num
futuro próximo para vacinar o povo de Deus contra as astutas ciladas do diabo.
Vamos, hoje, analisar apenas alguns pontos de tensão presentes na tal apostila
de EBD.
Lição 1 – Transforme o medo em coragem
·
1. O comentarista, logo na introdução, afirma que: “...sentir
uma dose de medo é saudável, ele nos ajuda a evitar situações de perigo”. (p.2)
Nos cerca de 40 livros que já examinei,
apenas pastores ou “pastoras” psicólogos fazem afirmação parecida com essa. E,
claro, eles pensam e dizem saber interpretar a Bíblia melhor que os teólogos.
Diferentemente disso, a Bíblia mostra, de forma inequívoca, que o MEDO entrou
na realidade humana após a queda do homem em pecado (Gn 3.8-10). Logo, não é
nem saudável, nem natural e jamais foi intenção de Deus,
ao criar o homem, que este sentisse medo. No Éden, antes da queda, NÃO HAVIA
UMA RELAÇÃO DE MEDO ENTRE DEUS E O HOMEM, antes, havia uma relação de AMOR
REVERENTE, SUBMISSÃO VOLUNTÁRIA E PLENITUDE DE COMUNHÃO. Após criar o homem
Deus disse que “...era muito bom...”
(Gn 1.31). Claro, estando caído, o homem
tem medo e deve evitar o perigo, mas JAMAIS TEMER O PERIGO. Se lançar de forma
indiscriminada ao perigo seria o mesmo que tentar a Deus, o que, segundo o
Senhor Jesus, citando Dt 6.16, é pecado (Mt 4.7). Ensinando Seus discípulos
como devem proclamar a palavra de Deus, Jesus diz que eles, ao fazê-lo, NÃO
DEVEM TEMER OS QUE MATAM O CORPO E NÃO PODEM MATAR A ALMA (Mt 10.28). Os
mártires do Cristianismo sentiriam vergonha se pudessem ouvir um ensino como
esse, presente nessa apostila.
2. Na página 3, afirma que: “Proporcionar qualidade de vida ao
seu povo foi um dos motivos pelo quais Deus escolheu um libertador”.
Bem, falar em qualidade de vida no século
21, OK. Porém, a realidade histórica do povo hebreu NÃO ERA ESSA. Os
acontecimentos ali descritos se deram entre 1380 a 1050 a.C.; época que não
existia conceito humano de qualidade total e de vida. Segundo Juízes 6.1-5,
midianitas, amalequitas e povos do oriente davam contra Israel e tomavam sua
colheita bem como seus animais. Ora, sem o alimento o povo cada dia ficaria mais
fraco e, com o tempo, a própria existência estaria ameaçada. Assim sendo, Deus,
em Sua soberania, levantou Gideão para livrar Israel da opressão estrangeira e
garantir sua SOBREVIVÊNCIA NUM MEIO GRANDEMENTE HOSTIL A ELES. A existência da
nação de Israel até nossos dias é uma das provas da fidelidade do Deus que
chamou Abraão (Gn 12.1-3; 17.1). Ainda, sem qualquer preocupação com sua
própria vida, o apóstolo Paulo, afirma aos cristãos coríntios que: “Eu de boa
vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma” (2ª Co
12.15). Alguns, aproveitando bem o tema, têm se entregue a um ATIVISMO LOUCO e,
em pouco tempo, perdem sua saúde. Claro, colocam a culpa no diabo. Outros, com
a desculpa da “qualidade de vida”, estão deixando de fazer a obra de Deus
preocupados mais consigo mesmos do que com o reino de Deus (Mt 6.33; At 20.24).
Estamos precisando do fruto do Espírito – domínio próprio/equilíbrio (Gl
5.22,23).
· 4. Ainda na mesma página, é dito: “O MEDO é gerado muitas
vezes por causa dos traumas emocionais, que são feridas na alma”.
Bem, segundo
a Bíblia, o problema da alma é o pecado e, daí resulta todos os demais
problemas da realidade humana. Logo, NÃO EXISTE ESSE NEGÓCIO DE FERIDAS NA
ALMA. Esse é um conceito puramente humanista, pagão e que, conforme a
psicanálise coloca a responsabilidade dos erros presentes sempre nos traumas do
passado que feriram a alma. Isso, diferente do ensino bíblico (Lm 3.39), coloca
o homem sempre como mera vítima, passiva, de seu meio social. Conforme Deus
afirma para o povo de Israel, NÃO DEVEMOS LEMBRAR DAS COISAS PASSADAS NEM
CONSIDERÁ-LAS (Is 43.18; 65.17). O conceito de trauma emocional está justamente
amparado na prática de levar o indivíduo a mergulhar dentro de si mesmo e
lembrar tudo que puder, pois isto, segundo os psicólogos trará a cura. Essa
prática “pode” curar tanto crentes quanto ímpios dentro da visão psicanalítica.
A Bíblia JAMAIS MANDA O HOMEM OLHAR PARA DENTRO DE SI MESMO EM BUSCA DE UMA SUPOSTA
CURA EMOCIONAL. A cura para o homem, crente ou não, está fora, em DEUS. Jay E. Adams, em seu maravilhoso livro “O
Manual do Conselheiro Cristão”, da editora Fiel, afirma que: “Expressões como “problemas
emocionais” não passam de eufemismos. Ninguém passa por problemas emocionais;
não existe tal coisa como um problema emocional...Usualmente, quando alguém se queixa
de dificuldades emocionais, nada há de errado com as emoções (isto é, não há
qualquer dano neurológico, glandular ou vascular)...O problema não é que você
está com um problema emocional, como se as suas emoções tivessem sido
perturbadas ou fossem imaturas (outro eufemismo), e, sim, que alguma outra
causa serviu de estopim para essas emoções desagradáveis”. P.110
Logo, emoções “boas”
ou “ruins” são resultado direto de práticas pecaminosas ou não efetuadas pelo
indivíduo.
· 5. Na página 4, reza: “Quando não há cura na alma através da
palavra de Deus, o ser humano fica anos com a vida espiritual afetada, não
consegue romper, não se sente capacitada e nem motivada para fazer algo para o
Senhor”.
Segundo a Bíblia,
a cura vem na conversão, quando somos regenerados pelo Espírito Santo (Jo 1.12;
3.3; 2ª Co 5.17). Ao termos nossos pecados perdoados e lavados pelo sangue de
Jesus, temos o caminho de comunhão com o Pai aberto, nossa consciência é limpa
e descansamos Nele (1ª Jo 1.7,9; 2.1,2). Daí em diante, não nos convertemos
todos os dias, como ouço até obreiros neófitos falarem, antes, entramos num
processo de santificação progressiva, pelo poder da palavra de Deus, que
culminará em nossa glorificação (Jo 17.17; At 20.32; 1ª Co 6.11; 1ª Ts 3.13; 4.3;
5.23; Hb 12.14).
Quanto à questão
de sentir-se capacitado para depois fazer algo para o Senhor, a Bíblia mostra
justamente o oposto: OS GRANDES PERSONAGENS BÍBLICOS SE SENTIAM LONGE, MUITO
LONGE DAS EXIGÊNCIAS DIVINAS E MISSÃO DELEGADA A ELES (Is 6.5-7; Jr 1.4-7; 1ª
Co 15.9). Mas, eles obedeciam e a glória de Deus se manifestava em suas vidas e
em muitos ao seu redor. Paulo, certa vez, chegou a dizer que se sentia ou se
considerava o principal dos pecadores (1ª Tm 1.15). Esse é o sentimento sadio
conforme as Escrituras: “Quanto maior nossa comunhão com Ele, menores nos sentimos
e, mais O exaltamos por Sua grandeza”.
O chamado “Complexo
de Inferioridade”, que tem um ponto inteiro de destaque na apostila, não tem base alguma na Bíblia. Foi criado por Alfred Adler, primeiro seguidor de Freud,
que depois se desligou dele por discordar de algumas ideias do pioneiro da
Psicanálise. Paulo
recomenda aos crentes romanos “...não pense de si mesmo além do que convém;
antes, pense com moderação...” (Rm 12.3). E, ainda, que devemos considerar
nosso irmão superior a nós mesmos (Fp 2.3). E que devemos servir uns aos outros
pelo amor (Gl 5.13). O cristão sabe que Deus não faz acepção de pessoas, logo, NÃO SE SENTE NEM SUPERIOR NEM INFERIOR A
NINGUÉM. Porém, obedecendo à palavra, deve considerar seus irmãos
superiores e servi-los (Lc 22.24-30).
1. Lição 2 – Seguindo as regras.
·
1. Na página 9, afirma que: “Assim como
o povo de Samaria ficou aprisionado, infelizmente essa é a condição do cristão
que não lê a Bíblia. As lutas do dia a dia, os traumas, os complexos, o
sentimento de culpa, e o pecado o aprisionam...”.
· 2. Na página 10, lemos: “A Bíblia
declara que tudo é possível ao que crê (Marcos 9.23), ...A incredulidade
permite o acesso de Satanás em nossa vida”.
Diferente do que diz a apostila, no contexto de Marcos 9.14-29, o pai, do
menino lunático, confessa sua incredulidade e Jesus ainda assim libertou seu
filho do demônio. Os discípulos pediram ao Senhor Jesus que lhes acrescentasse
mais fé (Lc 17.5). Isso revela que havia neles alguma incredulidade ainda,
porém, NÃO HÁ MENÇÃO NA BÍBLIA DE QUE SATANÁS TEVE ACESSO A SUAS VIDAS. No MDA
(Minidicionário Aurélio), o primeiro significado para acesso é ingresso, este,
por sua vez, quer dizer entrada. Biblicamente, ou somos crentes ou incrédulos.
Estes últimos podem ser incrédulos ímpios ou socialmente “bons”. Para Deus, ao
nascermos de novo em Cristo, o Espírito Santo vem habitar em nós (Jo 14.16,17;
1ª Co 3.16; 2ª Co 6.15-18). Logo, é IMPOSSÍVEL O ACESSO DE SATANÁS EM NOSSAS
VIDAS DAÍ EM DIANTE!!!
Ocorre que, nos dias atuais, pessoas não convertidas estão sendo
batizadas, estão tomando Santa Ceia, dizimando, sendo consagradas ao pastorado,
etc. Essa entrada de incrédulos, convencidos pelos pastores e pregadores, de
que são cristãos, está descaracterizando totalmente a Igreja de Cristo. Tudo
isso é lamentável demais. Preocupados com o ENCHIMENTO RÁPIDO DA IGREJA – O QUE
DÁ UM DÍZIMO MAIOR E RESULTA EM MAIOR CONFORTO PARA PASTORES, FAMILIARES E
AMIGOS, está ocorrendo simplesmente o que chamamos na medicina de anasarca –
edema generalizado ou INCHAÇO. AS IGREJAS ESTÃO INCHADAS, LOTADAS DE PESSOAS
QUE NÃO NASCERAM DE NOVO, TEM HÁBITOS PECAMINOSOS, SÃO MAL PAGADORES, XINGÕES,
BRIGUENTOS E, INFELIZMENTE, estão convencidos de que são crentes.
CONCLUSÃO
Falta-nos
espaço para tanta filosofia humana e Paganismo disfarçado de Cristianismo. Os
sete “Rs” do cristão é uma verdadeira piada “inspirada”, é claro, pelo “Espírito
Santo”. Toda carreira cristã real começa com a conversão, novo nascimento,
regeneração pelo Espírito. Não devemos buscar mais confiança em nós mesmos,
antes, em Deus. Não aprendemos simplesmente a lidar, suportar e adaptar-se as
dificuldades da vida. O
5S surgiu no Japão no início dos anos 1950. Na indústria, seus principais
papéis são: liberar áreas, evitar desperdícios, melhorar relacionamentos,
facilitar as atividades e localização de recursos disponíveis.
Após a 2ª Grande Guerra, os japoneses reergueram seu País dentro dessa visão
humanista. Na apostila, lógico, o 5 virou 7, pois este é o número da perfeição
na Bíblia. Sinceramente, esse material NÃO ME SURPREENDEU. É esperada uma
grande apostasia da fé antes do retorno de Cristo (1ª Tm 4.1,2). O papel da
psicologia humanista dentro do Cristianismo é claro para quem pesquisa e
acompanha os sinais dos tempos: MINAR A AUTORIDADE DA BÍBLIA COMO SUFICIENTE
PARA CURAR A ALMA HUMANA E DIVINIZAR O SER HUMANO CONFORME OCORRE NO PAGANISMO. Na Gita do Hinduísmo, o autoconhecimento é a chave para a autorealização=divinização. Filósofos gregos foram influenciados pelo Budismo e Hinduísmo. É por isso que está escrito no templo de Apolo em Delfos: "Homem, conhece-te a ti mesmo". A psicologia é antropocêntrica. A Bíblia é Cristocêntrica. A psicologia orienta
mergulhar dentro de si mesmo. A Bíblia orienta mergulhar em Deus, buscar fora
de si a solução, se entregar sem reservas para Ele. Esse material é como os
livros que li de pastores psicólogos: A psicologia é a árvore de Natal, os
textos da Bíblia são apenas as bolinhas que enfeitam a árvore para torná-la
mais atraente!